Não me prometa nada. Não peço anel, papel ou eternidade. Se amizade já é um tanto, não caia no conto da estabilidade. Não me diga o que ainda não sentes. Nem dê um passo rumo a coisa nenhuma. Quando for hora de jogar os dados, conte nos dedos o número de casas e vá para onde manda o regulamento. Não te convido ao apartamento, pois há mais chaves penduradas. Não receio envolvimento, nem garanto conto de fadas. Não me prometa alegrias ou, até mesmo, fidelidade. Basta passar um vento que logo um momento vira oportunidade. Não me assegure sustento, café na cama ou felicidade. Mas me abrace com vontade, até mesmo em pensamento. Não faça uma promessa sequer, deixe tudo em movimento. E quem sabe traga o tempo um tantinho de verdade.