sábado, 28 de março de 2009

Ordem das coisas

E o fato é que ela nunca agradava ninguém. Talvez fosse a personagem errada em todas as histórias que a vida insistia em lhe colocar. Era mais lógico acreditar assim. Afinal, se o inferno são os outros, não seria fácil descobrir que toda sua rede de convivência é que estava errada. Sim, ela era a errada e pronto. Melhor não discutir. Coisa que, inclusive, ela andava fazendo pouco. Estava aprendendo com maestria como abaixar a cabeça, dizer amém e engolir o alheio. Cansara de dissipar palavras em vão. Só quando percebeu que os cérebros com os quais convivia vinham embalados à vácuo é que tudo fez sentido. O dela com certeza tinha algum defeito. Mais um no meio de tantos outros. Equipara-se ultimamente de uma grande quantidade de máscaras. Não dava para sair às ruas mostrando tantas feridas. Mais fácil espalhar por ai o bom e velho ''tá tudo bem''. Tudo bem? Poucas coisas estavam bem. Até seu coração denunciava isso. E um dia pensou como a vida poderia ser surpreendente caso ela fosse embora sem aviso. Sem bilhete, sem anunciação, um dia simplesmente não acordaria mais. Riu, pensando o quanto tudo era tão vulnerável. Um dia não mais acordaria... E então quis imaginar como ficariam os outros, todos aqueles que insistiram em fazê-la acreditar o quanto era errada. Talvez eles dissessem que até para partir ela tinha pisado na bola, afinal eles sempre crêem que os mais velhos vão primeiro. E chorou.

Despercebida

Depois de sentir como se há séculos revirasse na cama sem conseguir dormir, levantou-se e foi em busca de oxigênio. O ar estava abafado e pesava sobre seus ombros. A cabeça latejava, num misto de cansaço e euforia. Sentia o coração bater forte, pesado, num ritmo lento como quem quase desiste. Foi até a cozinha e bebeu uma dose de qualquer coisa. O gosto amargo da bebida rasgou sua garganta e era como se suas entranhas queimassem. Na tentativa de melhora, cutucava as feridas. Enfiava-lhes as unhas, remexia na dor, sentia tudo à flor da pele. Seu corpo ardia numa violência incontrolável. Seu torpor era tanto que tremia até as extremidades. Comportava frio e calor ao mesmo tempo, sem saber nem ao certo o que sentir. O peso do ar a enjoava. Seu estômago revirava, dava pulos, queria escapar-lhe. Assim como parecia querer escapar-lhe tudo o que era seu. Ou fora um dia. Sentiu-se solitária como nunca havia sentido antes. Gritou e ouviu sua voz ecoar, sem resposta. As pessoas foram embora, não aguentaram o baque. Afinal, ninguém aguentaria alguém que não aguenta a si próprio. Era uma companhia obrigatória que machucava. Também queria livrar-se de si mesma, também queria partir para longe e deixar aquela vida tão machucada para trás. Tinha vontade de começar de novo, em outro lugar, mas parecia presa. Sem saber, prendeu a si mesma nos fios que um dia tentou tecer. Perdeu-se. E a ponta da meada nunca mais apareceu. Sentiu sua carne amolecer e ceder. Caiu com um barulho que com certeza ecoou pelos andares alheios. Será que alguém percebeu? Talvez nem soubessem que ali morava a tal. Despercebida. Acordou no dia seguinte sentindo o ar e sua cabeça ainda mais pesados, mas não ousou levantar-se. Ficou ali para sempre.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Corações milenares

Era um amor daqueles que não precisava ser provado todos os dias para que soubessem que ali estava. Era como algo muito precioso que guardamos no cofre para proteger de qualquer mal, mas que jamais era esquecido, mesmo estando longe dos olhos. Ficava perto de algo muito mais profundo a que chamamos de alma. Era ele lá em cima, expondo o que achava pertinente, enquanto a voz ecoava na alma dela sem que imaginassem quão arraigada ficaria. Cavou fundo, encontrou abrigo e alimento para que sobrevivesse por mais alguns milênios. De alguma forma sentia e sabia que aquele amor já era milenar. Não cabia no tempo presente, era grande demais. Ouvia as palavras ditas com toda a atenção que lhe era possível, ao mesmo tempo em que buscava decifrar as mensagens não ditas. Os olhos exclamavam milhares de coisas que nenhuma palavra era capaz de exprimir. Queriam comunicar algo que somente outros olhos atentos seriam capazes de compreender. Mas que ainda assim, não bastava apenas a atenção. O sentido pleno só seria entendido para duas vidas que um dia se entrelaçaram e nunca mais desfizeram seus nós. E depois de algum tempo guardado, era hora de reabrir o cofre. O momento de saber se apesar de muito tempo tudo se mantinha igual. Será que dessa vez seria assim? Aquele amor de ouro que não oxida continuaria intacto? E que frio na barriga! Hora de acordar todas as partes do corpo que eram tão sensíveis àquela voz e àqueles olhos. Segure o coração, antes que ele resolva sair pela boca. TUM TUM TUM TUM...

segunda-feira, 23 de março de 2009

Gente, que saudade!


Sentiu saudades de gente. Não era uma gente comum, que ela encontraria em qualquer multidão. Era saudade daquela gente que conseguia fazer do seu dia mais pálido um quadro com matizes infinitas, que exalava cores e boas sensações. Sentia como se algo tivesse feito com que todos desaparecessem de uma vez. Só havia restado ela, cuja companhia era ela mesma, com toda a saudade e as sentimentalidades que tinham se otimizado tanto. As proporções aumentaram e tudo era muito mais agora. Os ruídos desconhecidos causavam medo, sem mais o ímpeto curioso de querer descobrir o que eram ou de onde partiam. Sentiu um aperto no peito e pensou que isso só aconteceria se ela estivesse aqui. Ligou o rádio e apurou os ouvidos, numa tentativa de levar o som à alma e quem sabe animá-la para uma pequena dança, quem sabe. Mas lembrou-se de que a música, as danças e os infinitos passos pelo salão só tocariam a alma se ele estivesse aqui. Abriu um livro, leu algo que fez tanto sentido e quis ir além. Queria confabular, dizer o que achou, ouvir impressões, repletas de razão ou não. E então se deu conta de que confabular só era pleno quando ela estava junto, fazendo com que o mundo ficasse pequeno perto de tudo o que ali era dito. Achou melhor dormir e bem tentou acomodar-se na cama. Virou, revirou e percebeu como o corpo dele fazia falta ao lado do seu, cuja completude nunca fora tão clara. Acendeu vários cigarros, um atrás do outro, como que para abafar toda a inquietude que sentia. Mas as tragadas só faziam o peito apertar ainda mais. Que saudade de quando ele me convidava para deixar uma aula qualquer pela metade e sairmos para fumar em algum lugar calmo, onde éramos só nós dois. Até mesmo o computador tinha ficado insuportável. Nunca o sentira tão frio! Atinou para a capacidade dele de tornar a tela mais fria algo morno, aconchegante, que acolhe como um abraço macio. E que saudades do abraço, do colo, do olhar, do cheiro, da pele que encostava na outra, que de tão sensível arrepiava. Tudo remetia a alguém que por razão desconhecida havia desaparecido. Indagava-se como todos puderam fazer isso com ela e chegou a uma conclusão simples: eram humanos. Erravam, acertavam, faziam bem, faziam mal, estragavam ou consertavam qualquer dia de sua vida. Pedia-lhes o mínimo e nem isso obtivera. Mas estavam perdoados, pelo simples fato de serem como ela. Humanos. Afinal, o que é mínimo, qual é o máximo, quais são os limites, quem tem o direito de cobrar? Uma lágrima rolou enquanto ela arrumava as malas para pegar uma estrada qualquer e ir à procura daquela gente. E que saudade!

quarta-feira, 18 de março de 2009

Hello, Bridget!

De verdade, eu não achei que sentiria isso. Atingiu e doeu. Medo, sensação estranha, vontade de pedir que você diga "estava só brincando!" e abrisse um sorriso daqueles que vi nas felizes madrugadas. O lado egoísta implora para que você não saia das mãos. Mas já esteve? Não, a resposta é não. Céus, essa era a última coisa que imaginaria em meu dia. Mesmo que a minha amiga velha de guerra tenha me avisado sutilmente. Bridget, você nunca me abandona. Manda recados antes ou consola depois, mas está sempre presente. Hoje é dia de não conseguir dormir. Estranheza sentimental. Hora de lembrar como o peito pode bater apertado.

domingo, 15 de março de 2009

Um lugar para chamar de seu


Buscava um canto somente seu. Um lugar onde reinasse tudo o que a ela pertencesse, onde as pessoas não entrariam, mas hipoteticamente diriam "é a cara dela". Seria uma extensão de si mesma, já que ultimamente sentia-se tão apertada. Era desconfortável estar somente ali, enclausurada como se estivesse em uma solitária há milênios. Ora úmido demais, ora seco demais. Oscilava sempre, não conseguindo manter seus sentimentos numa constância compreensível. O único ponto eternamente dela era sua falta de amor-próprio. Céus, como era difícil gostar de si mesma. A cada dia descobria mais defeitos que com o passar do tempo tornavam-se insuportáveis. Sentia explosões de tristeza, mas logo resignava-se à sua condição cada vez mais funda. Profunda era, mas de uma profundeza melancólica. Não orgulhava-se de ser um grande poço de emoções amargas, cavado a custa de muitas e muitas feridas. Por um tempo buscou maquiar-se e disfarçar todas elas. Mas cansou-se e resolveu sair do casulo. A cada vôo sentia seu corpo arder-se em brasa. Como as pessoas eram cruéis com quem tanto precisava de ajuda. Os olhares alheios evitavam os seus, mas em encontros desavisados sentia dardos cravando no fundo de sua retina. Após tanta dor prolongada, resolveu trancafiar-se no seu tão sonhado paraíso solitário. Rabiscou um anúncio no jornal, visitou o apartamento e encantou-se com as grandes janelas e a sacada que abrigaria suas noites insones e a fumaça que desprendia-se dos infinitos cigarros. É aqui! E ali foi.

Avalanche


A sensação era como se uma avalanche tivesse principiado a cair. Formou-se em algum lugar com origem desconhecida, com problemas e situações que ela insistia em deixar para depois, mas que mesmo assim eram muito bem conhecidas. Era um erro antigo, que trazia sempre as mesmas consequencias, mas que jamais conseguira consertar. Por ficarem lá, sempre escondidas aos olhares do dia-a-dia, nunca sabia o momento em que aquela grande bola, repleta de seus problemas, desceria sem piedade. Despencava na sua cabeça e quando chegava ao chão, após o baque, por onde quer que se olhasse havia os tais espalhados. E ai se dava conta de quão mais fácil era repará-los assim que apareciam. Postergá-los não significava resolvê-los, já não tinha aprendido? Não, não tinha. E então passava dias onde nada supria e nada trazia as cores de volta. Era um branco frio, de um tom que doía aos olhos. Desprotegida, sem amparo, buscava alguma forma de sumir com tudo aquilo de fato. Lembrou-se que não dava mais para esconder debaixo do tapete. Era necessário encarar seus desejos não concretizados, suas vontades inalcançadas, as pessoas que estavam tão longe, aquelas que desapareceram deixando apenas saudade, a vontade fundida com o medo do novo... Nossa, por onde começar? Enxugou as lágrimas que incessantemente não paravam de cair. Os olhos já inchados clamavam por descanso, a mente já confusa pedia tempo para respirar, o coração já tão apertado dava sinais de que não aguentaria por muito tempo. Das outras vezes, estagnara justamente nesse ponto. Mas falhar novamente em algo que já havia se repetido tantas vezes... Respirou fundo e começou a pegar os cacos que estavam no chão. Recolhia-se. Cada pedaço espalhado era uma parte sua que não havia resistido. Será que era tão fraca assim ou o mundo andava mesmo muito cruel? Lembrou-se de que ninguém havia dito que viver é fácil. Escolheu uma estrada e principiou o caminho inverso. Era hora de reencontrar-se.

sábado, 14 de março de 2009

Bom dia


Fazia tudo numa velocidade frenética, típica de quem vive atribuladamente naquela cidade que se aproxima muito do caos e crê na idéia de que nunca tem tempo para nada, quando a luz elétrica interrompeu o caminho que faria para chegar à sua residência. Era um apartamento pequeno, mas que possuía janelas enormes e uma sacada agradável o suficiente para suas noites de insônia e cigarros. A estagnação dos prótons, elétrons, neutrons e todas aquelas partículas que um dia seu professor de física disse que circulavam por um fio trouxe o espanto comum de uma surpresa. Como poderia dar conta de fazer todas as suas mil e umas tarefas que ainda faltavam? Lembrou-se da música que dizia "o tempo não pára" e foi o suficiente para soltar um "meu Deus", sem se dar conta que há algum tempo não cria mais no divino. Depois de debater-se em pensamentos por um certo tempo, não restou outra alternativa a não ser aproveitar-se da situação. Não foi tarefa muito fácil, pois tirar proveito das coisas que não lhe agradavam nunca foi seu ponto forte. Mas ok, cedeu e foi até o armário da cozinha caçar alguma vela. Já estava escuro e o único resquício de luz era da lua, que resolveu não brilhar muito aquela noite. Com a memória que lhe era pertinente, essa sim um de seus pontos fortíssimos, lembrou-se onde estava o tal cilindro de parafina que a ajudaria evitar alguns roxos pelas pernas. Derreteu o suficiente para fixá-lo no pires, aquele que fora de sua avó e devia ter no mínimo uns 50 anos, e foi sentar-se na sacada. Pensou em ler alguma coisa, mas resolveu deixar que sua vista, já tão cansada apesar da idade, descansasse um pouco. Em meio a penumbra, a chama oscilava levemente com a brisa que percorria sua rua e lhe trazia frescor ao corpo já exausto. Ao mesmo tempo, a mente fervilhava. Era incoerente, mas quanto mais o corpo pedia arrego, mais a mente teimava em ir para longe e cada vez mais longe. Talvez por isso tivesse esse aspecto tão abatido, de quem sempre teve noites mal dormidas e sonhos desesperadores. Seus olhos fixaram o fogo, que ardia sem nitidez. Seus pensamentos visitavam o passado, faziam planos para o futuro, buscava pessoas que há tempos não via e quis tanto tê-los perto, novamente ou pela primeira vez. Fez um pequeno balanço da sua vida e prometeu a si mesma que naquele ano viajaria por algum tempo. O chefe resmungaria um pouco, mas decididamente ela necessitava muito ficar "fora do ar". Sabia que cedo ou tarde sentiria saudades do caos, mas sentia anseio em sentir saudades de sua vida também. Saudades, só lembrava-se de sentir das vidas alheias. Precisava relembrar a falta que a falta faz e perceber que ela também fazia para si mesma. Mergulhada em pessoas, cores, sentimentos, apertos no peito e anseios, saiu do torpor quando percebeu que a luz havia voltado. Mas não era a luz artificial que emanava das lâmpadas elétricas. Era o sol que nascia lá no horizonte, em meio aos prédios, à fumaça que já saía das chaminés das tantas fábricas, com as buzinas tímidas que já ecoavam pela imensidão daquela cidade caótica e que a fez pensar no seu dia que estava por vir, mas leve como há muito tempo não vinha. Sorriu, apagou a vela e foi recomeçar. Bom dia!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Acabou

Queria arrancar-lhe as tripas, tragá-lo como um fumante que há dias não encontrava o consolo para seu vício. Você era meu vício, daqueles que estouram o peito a cada ausência. E você era tão ausente. No fim das contas, parecia que convivia mais com a sua imagem holográfica, através de um simulacro, convincente apenas para alguém como eu, que de tanta dor perdeu a noção da realidade. Engolia você sem digerir. Era fome de séculos que eu desejava saciar em milésimos de segundo. Lambia os dedos sem saber que os vestígios que você deixava em mim eram tão prejudiciais. Era como lamber veneno, mas com uma sensação de prazer sem igual e sem tamanho. Infinito. Expandida até o infinito, de onde não se pode mais ver o horizonte. Meu sol já havia se escondido em algum lugar por ai, a lua dessa vez não apareceu. Você era minha única fonte de luz. Luz que confundia e deixava meus olhos deslumbrados. Eu era uma jogadora defronte todas as luzes que as máquinas caça-níquel reluziam. Eu era a viciada em jogo, porém não apostava moedas, dinheiro, casas hipotecadas. Meu coração é que estava ali na mesa, em meio a fichas, baralhos, mãos que íam e vinham muito rapidamente. Pulsava com dificuldade, mas meus rivais não se importavam. Você era um deles, sentado àquela mesa e alternando os olhares entre mim e o órgão pulsante. Sua visão me penetrava tão profundamente, me confundindo, fazendo com que meu estado de delírio fosse cada vez mais intenso e que eu me perdesse cada vez mais de mim mesma, de você, do meu coração, do mundo ao qual eu ainda achava que pertencia. Mas o fio que me ligava a tudo isso se rompeu. Minha corda de segurança cedeu e eu era o lado mais fraco. Despenquei sem conseguir medir a altura do tombo. Sei apenas que demorei a sentir a dureza do chão moendo tudo o que havia restado em mim. Mas creio que não havia restado nada. Depois do baque, só consigo me lembrar de parecer estar sendo sugada por algo que eu não sei o que é. E de repente tudo ficou leve como nunca havia ficado antes. Acabou.

domingo, 8 de março de 2009

É proibido


É proibido chorar sem aprender,
Levantar-se um dia sem saber o que fazer
Ter medo de suas lembranças.

É proibido não rir dos problemas
Não lutar pelo que se quer,
Abandonar tudo por medo,
Não transformar sonhos em realidade.

É proibido não demonstrar amor
Fazer com que alguém pague por tuas dúvidas e mau-humor.

É proibido deixar os amigos
Não tentar compreender o que viveram juntos
Chamá-los somente quando necessita deles.

É proibido não ser você mesmo diante das pessoas,
Fingir que elas não te importam,
Ser gentil só para que se lembrem de você,
Esquecer aqueles que gostam de você.

É proibido não fazer as coisas por si mesmo,
Não crer em Deus e fazer seu destino,
Ter medo da vida e de seus compromissos,
Não viver cada dia como se fosse um último suspiro.

É proibido sentir saudades de alguém sem se alegrar,
Esquecer seus olhos, seu sorriso, só porque seus caminhos sedesencontraram,
Esquecer seu passado e pagá-lo com seu presente.

É proibido não tentar compreender as pessoas,
Pensar que as vidas deles valem mais que a sua,
Não saber que cada um tem seu caminho e sua sorte.

É proibido não criar sua história,
Deixar de dar graças a Deus por sua vida,
Não ter um momento para quem necessita de você,
Não compreender que o que a vida te dá, também te tira.

É proibido não buscar a felicidade,
Não viver sua vida com uma atitude positiva,
Não pensar que podemos ser melhores,
Não sentir que sem você este mundo não seria igual.

Pablo Neruda