quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Décimo nono desabamento

Qual era mesmo o nome disso, ou daquilo? Aquilo que te infla, como um balão daqueles infantis, coloridos, cheio de pompa lá no alto do céu, e que depois murcha como uma flor esquecida há séculos. Aquilo que te causa as melhores sensações do universo, torna seus dias mais róseos, tudo numa suavidade majestosa, numa brisa leve, muito leve, e que depois faz o ar rarefeito, o coração bater acelerado, mas não é de ansiedade, causa dificuldade para respirar e a dor de um nocaute. Aquilo que estimula os planos e as vontades mais gostosas, por vezes nunca sequer imaginadas por nossa mente e nosso corpo, e que depois desmorona como um castelo de areia, implodido.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Décimo oitavo desabamento

Coisas e dias realmente inexplicáveis. Vai ver alguma coisa sempre precise estar fora do lugar mesmo... Mais alguns parênteses ocos e aspas vazias quando as linhas deveriam ser infinitas e grandiosamente prolongadas.
Vai ver certas coisas não tem lugar mesmo...

domingo, 4 de outubro de 2009

Décimo sétimo desabamento

Se eu pedisse arrego e confessasse o quanto meu coração está estraçalhado? Se eu gritasse que minha cabeça dói e eu já não consigo mais pensar? Se eu chorasse as lágrimas de vidro que ninguém vê enquanto me escondo? Se eu pedisse pra dormir, eternamente, cansada de tudo?

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Décimo sexto desabamento

Aqueles que vivem, bem sabem que há dias e dias. Há inclusive um famoso ditado popular que diz "um dia da caça, outro do caçador". Grande sabedoria dos povos. Provavelmente em quase todas as culturas deve haver ditados que expressem isso.
Às vezes, logo que acordo, fico brincando de tentar prever como será o decorrer do dia e aquilo que vai encerrá-lo, com chave de ouro ou não. Alguns são possíveis: já começam tortos, com telefone tocando e ninguém para atender, celular que despertou há séculos e você desligou sem perceber que já está uma hora atrasada, aspirador de pó passeando pela casa, cachorro da vizinha latindo, passarinho cantando em stress maior... É, tem dia que dá para prever. Outros, entretanto, começam com contornos tão sutis, com aquela brisa marota entrando pela janela e despertando com aconchego, que parece impossível admitir seu trágico desenrolar. Bombardeios na sua cabeça quando só o que você queria era conseguir uma noite de sono tranquila. Que ultimamente, aliás, tem sido bem difícil.
Enfim, costumo encerrar o dia tentando convencer a mim mesma com as palavras mágicas: "foi só mais um dia ruim; amanhã passa!". E eu ainda acredito!