quinta-feira, 26 de novembro de 2009

26 de novembro de 2009

O cérebro tem andado tão exausto que só tem pedido arrego. O corpo se conduz por inércia e só encontraria o verdadeiro repouso no colo de quem faz tanta falta. Ambos clamam para que o tempo passe logo e tudo possa voltar ao normal novamente. Carinho, preguiça de acordar, vontade de não dormir, tempo para aproveitar, abraços, abraços, abraços, conversas deliciosas no aconchego, um tempo infinito que passa tão rápido, mas não desiste de ser pra sempre. Vem logo e prometa que não vai mais embora!

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

20 de novembro de 2009

Admiro as pessoas corajosas. Aquelas que encaram as adversidades como se elas sequer existissem, mesmo vendo todas as paredes tornarem-se pó. Pois então, quando você for apenas perguntas, pergunte-as ao pó.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

17 de novembro de 2009

No fim das contas, é exatamente isso. Acostumamo-nos com o cardápio de sempre, engolindo a seco e desnutrindo a esperança de que tudo mude. A tal rotina das coisas, onde cada uma delas passa a ser, lá no fundo, esperada por cada parte do nosso corpo. A mente certamente não descansará, enquanto o coração bate devagarinho, como quem pede arrego. Talvez peça, embora poucos ouçam sua voz já rouca de tanto gritar.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

12 de novembro de 2009

Era tanta coisa para ser dita que, com medo de que as palavras atropelassem a ordem considerável das coisas, resolveu guardá-las como de costume, naquela mesma caixa empoeirada de sempre.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

5 de novembro de 2009

Lembrou das palavras da mãe sempre tão presentes quando o assunto era problema: "vocês tem uma vida tão boa, mas ainda assim insitem em reclamar tanto... não sabem o que é um problema de verdade". Ao contrário do que sempre havia pensado, dessa vez concordou. Era uma dramática por natureza, repleta de buracos no coração que ela mesma havia cavado. Sabia que lá no fundo suas dores e amarguras eram muito maiores em sua cabeça do que a realidade apontava. Não lembra ao certo quando o hábito começou, mas sabe que otimismo nunca foi a palavra de ordem da sua vida. Sempre questionando, sempre duvidando, sempre tão cheias de expectativas para as quais desejava apenas um fim: a frustração. Talvez um pouco masoquista-melodramática, chorava mas gostava da ardência e das noites de sono perdido. Até o dia em que a vida resolveu apertar contra a parede e mandou decidir entre ir ou rachar. E então entendeu como funcionava verdadeiramente o exercício de desapego. Abriu portas, armários, gavetas e o coração, recheou sacolas e páginas daquilo que sobrava, num ciclo de acúmulo que nem mais se percebia. Ao fim, tudo limpo, somente o essencial e um mundo a menos nas costas. Apertou os olhos bem forte e desejou que aquela sensação permanecesse para sempre. Será dessa vez?