terça-feira, 20 de dezembro de 2011

20 de dezembro de 2011

A gente sempre passa a vida tentando escapar dos clichês. Depois que foi escancarado ao mundo o quanto eles são antiquados, poucos tem coragem de assumir em praça pública. Mas uma coisa é certa: tais máximas ganharam o título de clichê por algum motivo. Muito provavelmente porque, apesar de nos julgarmos tão modernos, vivemos repetindo o ciclo da vida, passando pelas mesmas histórias e recontando-as eternamente. Os famosos bordões de sempre, as mesmas sensações, as descrições tão parecidas: como somos previsíveis! 
Não consegui fugir da previsão. Por mais que tivesse prometido a mim mesma que iria terminar o ano sem grandes afetividades, não consegui escapar. Ou talvez não quisesse fazê-lo. Não depois de te ver entrar por aquela porta e sentir alguma coisa acordando de novo aqui dentro. Olha ai o clichê! As famosas "borboletas no estômago" não vieram tão rápidas, demoraram um pouco a voar. Ainda cansadas da última grande fuga, repousavam.Mas quando despertaram, tinham a energia de um furacão: intensa.
A velha mania de não desistir apesar dos pesares. Todas as lembranças recentes apontavam para não se arriscar novamente. Os caminhos já haviam sido dolorosos demais, com direito a velório sem corpo e tantos outros percausos. Mas por que motivo não conseguia esquecer você entrando por aquela porta?
Tudo indica que muita coisa ainda vai rolar por baixo dessa ponte. Afetos, saudades, sensações, sentimentos, medos, rancores, tristezas, lágrimas, sorrisos incontroláveis e espontâneos... Tudo há de rolar. E será que você fica?!
Fica?!