Por algum motivo me vejo
repetindo velhos hábitos que nunca levaram por bons caminhos. Talvez seja pela
facilidade que temos em seguir a estrada já conhecida, esquecendo de todas as
armadilhas que ela tem. Armadilhas que já estavam lá, sempre estiveram, mas que
quando as feridas cicatrizam a nossa memória teima em falhar.
Deveria saber que o trajeto me
espera com bons momentos, mas regados a constantes suspiros de exaustão. Depois
de algumas experiências como esta, era para se saber que o erro só muda de nome e
endereço.
É um novo com gosto de passado,
uma novidade com poeira de antiguidade. E a cada ano que começa, a cada ciclo
que a gente começa, lá no fundo acreditamos que tudo vai recomeçar. E por mais
consciência que possamos ter, o fato é que nada recomeça se não nos
reinventarmos. Buscar maneiras novas de viver, mesmo que seja pelo mesmo
caminho.
Tava afim de colher louros,
lírios, lírica inspirada. Talvez seja hora de mudar as sementes enquanto há
tempo, porque não dá mais para cultivar ilusões. O preço que se paga é alto e
a colheita é das mais doloridas.