"Para mim, fotografia é prazer, embora prazer não seja sinônimo de felicidade. Na vida, como na fotografia, o prazer é uma força contagiante, capaz de aguçar todos os nossos sentidos - visão, audição, olfato, paladar, tato. O prazer deixa você aberto e vulnerável, mas também cura suas decepções. É silencioso, mas radiante; é alegria com uma certa seriedade. É muito mais um sorriso do que uma gargalhada.
O prazer é uma força inspiradora que intensifica a existência. É capaz de dirigir seu coração, seus olhos e sua mão quando você aperta o obturador. Pouco importa o motivo; o significado do que você fotografou está em tê-lo fotografado.
Uma imagem fotográfica cria uma história que nunca se pensou em contar. Ela é uma mentira dizendo a verdade, um sim e um não ao mesmo tempo, um é e um não é. Digamos que é um momento poético no qual o 'faz de conta' cria nova vida. Tome por exemplo o pombo que, nas mãos de um santo de pedra, aparenta estar dialogando pacificamente com um velho amigo. Na fração de segundo de uma fotografia, é possível dizer o que não foi dito. Quando uma menininha alimenta os pombos de São Marcos, em Veneza, seu medo se transforma em prazer. Todo suspense baseia-se neste paradoxo humano: o prazer do medo. Nem positivo nem negativo, o prazer pode seguir várias direções ao mesmo tempo."
Ernst Haas - Fotógrafo
sexta-feira, 25 de julho de 2008
sábado, 19 de julho de 2008
"Eu já me perguntei se o tempo poderá realizar meus sonhos e desejos. Será que eu já não sei por onde procurar ou todos os caminhos dão no mesmo? E o certo é que eu não sei o que virá. Só posso te pedir que nunca se leve tão a sério, nunca se deixe levar, que a vida é parte do mistério, é tanta coisa pra se desvendar. Por tudo que eu andei e o tanto que faltar, não dá pra se prever nenhum futuro. O escuro que se vê quem sabe pode iluminar os corações perdidos sobre o muro. E o certo que eu não sei o que virá. Só posso te pedir que nunca se leve tão a sério, nunca se deixe levar, que a vida, a nossa vida passa, e não há tempo pra desperdiçar."
Todos os caminhos - Lenine
E é exatamente disso que estamos falando.
Assusta, mas novamente ensina às borboletas no estômago que elas sabem voar...
Todos os caminhos - Lenine
E é exatamente disso que estamos falando.
Assusta, mas novamente ensina às borboletas no estômago que elas sabem voar...
Presente
Cada vez mais percebemos o quanto é impossível prever o futuro. Até ontem tudo estava diferente. E este diferente já não era igual ao anterior. A eterna transformação das coisas, ora imperceptíveis, ora escancaradas aos nossos olhares. Transformações que trazem a surpresa do acaso e do destino. Fazem com que novos frios na barriga sejam sentidos, novas borboletas no estômago descubram o que é voar, e que os olhos brilhem, não mais foscos. Assusta. Há pouco tempo não era esse o caminho que imaginava seguir. Mas o fato é que não há controle. Viver tem disso. Previsões se fazem e se desmancham num piscar de olhos. Há perguntas que ainda não sei responder. Mas o que posso pedir é que nunca se esqueça do porque o agora chamar presente...
domingo, 6 de julho de 2008
É difícil lidar com saudade do que está perto. A saudade do que está longe é "convencional". Mas sentir falta do que está tão próximo, tão junto, a poucos passos...
Talvez não seja de todo incompreensível. Creio que a palavra correta seja inaceitável. Inaceitável pelo fato de não haver necessidade para tal saudade. E pensando bem, nem para a que está perto, nem para a que está longe.
Criamos algumas amarras no decorrer das nossas vidas. Nos prendemos a algumas convenções e imposições que nos machucam. Alguns dos nossos maiores problemas poderiam encontrar solução no simples fato de eliminá-las. Ou ao menos minimizá-las. O ponto principal da saudade é habitarmos o mesmo mundo. Para que sofrer tanto pela falta de alguém quando não necessitamos de transcendências metafísicas? Para que se machucar tanto quando alguns passos, algumas portas ou alguns quilômetros resolveriam tudo? É realmente necessário ter que sentir falta do que está do outro lado da parede? Ao fim da rua? Na cidade ao lado? Eliminar a saudade também não é saudável. Ela alimenta e gera coisas muito boas. Alimenta a vontade de estar junto, perto, aqui. Gera a recompensa da presença após a falta. Mas não deve ultrapassar seus limites, engolir as conseqüências boas e trazer dor. Quando alcança esse patamar é hora de repensarmos o que fazer. É hora de colocar na balança se vamos esperar que as coisas possam se unir por vontade do acaso ou se somos responsáveis por elas. E, principalmente, não nos esquecermos: o futuro é apenas uma hipótese. Conjugar verbos no futuro pode ser perigoso e frustrante. O que concretamente possuímos é o agora, o já, o presente. Nossas oportunidades estão todas aqui.
Meu tempo presente nunca teve tanto valor quanto tem agora. Depois de algum tempo tendo que pensar muito no futuro, encontrei a essência do tempo-já. E como é bela. Os instantes caminham, sem correr, sem ter pressa. Caminham com uma sede de captar o que fôr possível do que já é. Sem preocupar-se em pensar o que já foi e será. O tempo de pensar isso já foi e será. Mas agora é tempo de pensar no que é. Parece repetitivo, mas que seja. Prefiro pecar pela redundância do que pela culpa da falta. Antes perder pela tentativa... Arrisco, tendo que mais uma vez desproteger a alma e dar a cara a tapa. É o risco que se corre. E eu me dispus a correr. Até quando a alma aguentar. E caso ela se despedace, não se assuste... novamente recolherei os cacos, unirei-os e me reconstruirei. É o risco que se corre. Mas o êxito vem da tentativa.
Talvez não seja de todo incompreensível. Creio que a palavra correta seja inaceitável. Inaceitável pelo fato de não haver necessidade para tal saudade. E pensando bem, nem para a que está perto, nem para a que está longe.
Criamos algumas amarras no decorrer das nossas vidas. Nos prendemos a algumas convenções e imposições que nos machucam. Alguns dos nossos maiores problemas poderiam encontrar solução no simples fato de eliminá-las. Ou ao menos minimizá-las. O ponto principal da saudade é habitarmos o mesmo mundo. Para que sofrer tanto pela falta de alguém quando não necessitamos de transcendências metafísicas? Para que se machucar tanto quando alguns passos, algumas portas ou alguns quilômetros resolveriam tudo? É realmente necessário ter que sentir falta do que está do outro lado da parede? Ao fim da rua? Na cidade ao lado? Eliminar a saudade também não é saudável. Ela alimenta e gera coisas muito boas. Alimenta a vontade de estar junto, perto, aqui. Gera a recompensa da presença após a falta. Mas não deve ultrapassar seus limites, engolir as conseqüências boas e trazer dor. Quando alcança esse patamar é hora de repensarmos o que fazer. É hora de colocar na balança se vamos esperar que as coisas possam se unir por vontade do acaso ou se somos responsáveis por elas. E, principalmente, não nos esquecermos: o futuro é apenas uma hipótese. Conjugar verbos no futuro pode ser perigoso e frustrante. O que concretamente possuímos é o agora, o já, o presente. Nossas oportunidades estão todas aqui.
Meu tempo presente nunca teve tanto valor quanto tem agora. Depois de algum tempo tendo que pensar muito no futuro, encontrei a essência do tempo-já. E como é bela. Os instantes caminham, sem correr, sem ter pressa. Caminham com uma sede de captar o que fôr possível do que já é. Sem preocupar-se em pensar o que já foi e será. O tempo de pensar isso já foi e será. Mas agora é tempo de pensar no que é. Parece repetitivo, mas que seja. Prefiro pecar pela redundância do que pela culpa da falta. Antes perder pela tentativa... Arrisco, tendo que mais uma vez desproteger a alma e dar a cara a tapa. É o risco que se corre. E eu me dispus a correr. Até quando a alma aguentar. E caso ela se despedace, não se assuste... novamente recolherei os cacos, unirei-os e me reconstruirei. É o risco que se corre. Mas o êxito vem da tentativa.
sábado, 5 de julho de 2008
Início da sessão férias com saudades
O primeiro chegou ao fim. Somente o primeiro dos outros sete que temos pela frente. Caramba! O primeiro já foi. Passou quase como um despercebido. Não fosse a correria e o cansaço do fim, permaneceria assim... como quem passou de leve, quietinho, calmo. Se os amigos da faculdade são os que ficam para o resto da vida, então tenho certeza que carregarei bons comigo. Não esperava, mas encontrei. Aqueles que vão vir na memória quando, muito tempo daqui, for contar as peripécias na época universitária. Serão, sim, dignas de lembrança. E vai dar um aperto no peito quando o sono estiver em dia, os livros tornarem-se cansativos e às 19:00 horas não ter aula para entrar... Não direi sentir falta da correria. Direi sentir falta de quem correu comigo. E que venham os outros sete!
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