Vontade imensa de arrumar as mochilas mais leves e andar. Andar para longe, onde o vento sopre macio, como quem acaricia. Conhecer pessoas novas, sentir saudades das companhias antigas, encontrar novos lugares, respirar ares menos pesados, cortar os fios da banda larga e estreitar os laços de afeto. Acender uma fogueira onde não haja energia elétrica, cantarolar e dançar até que o cansaço tome o corpo ainda quente da euforia, ver o sol nascer e senti-lo tão perto. Desanuviar a cabeça e deixar os pensamentos fluírem livremente, sem censura, simplesmente puros. Voltar a ver as cores e não mais apenas os tons pastéis do cinza. Asfalto opressor, areia aconchegante. Sem prédios que ultrapassem dois andares, com janelas espaçosas, capazes de expor todo o horizonte que há adiante. No quintal, um cachorro serelepe e algumas roupas no varal. Cheiro de café fresco exalando da cozinha para todos os cômodos da casa. De manhã, aquela preguiça gostosa e permitida, inerente a todo dia que nasce além das montanhas. Logo ali o rio, o mar, a cachoeira... Respirar a natureza, exalar tranquilidade pelos poros. Dormir nos ombros, acordar nos pés, procurar os braços e o carinho. Ai, chega logo!
foto: http://bravonline.abril.com.br/conteudo/multimidia/invasao-russa-467205.shtml
UNIVERSO LÚDICO
Promenade, de Marc Chagall (1887-1985), representa o pintor e sua mulher, Bella. Fugindo do regime russo, ele foi para Paris. Sofreu novas influências, mas nunca abandonou as reminiscências da infância
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UNIVERSO LÚDICO
Promenade, de Marc Chagall (1887-1985), representa o pintor e sua mulher, Bella. Fugindo do regime russo, ele foi para Paris. Sofreu novas influências, mas nunca abandonou as reminiscências da infância
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