Diariamente descubro pequenos tesouros dentro deste baú que sou eu mesma. Quando digo às pessoas sobre minhas características, de forma tão natural e espontânea, penso que não sei determinar ao certo qual foi o instante em que tais conclusões se tornaram minhas verdades.
Não sei precisar desde quando admiro impulsos repletos de espontaneidade e a coragem que é necessária para que eles rompam as barreiras desse espectro do "melhor não" que nos ronda.
Hoje deparei-me com o seguinte texto:
"Eu gosto do impulso. De palavras de ternura que são ditas do nada, fora de contexto. Gosto de abraço apertado não necessariamente na chegada ou na despedida. Gosto do brinde em dias banais. Gosto do sorriso de canto que só dá a pessoa que muito te compreende. Gosto de coisas sem hora marcada. Gosto do acaso que depois a gente diz que não poderia ser acaso, que era assim que era pra ser. Gosto da poesia que brota das pontas dos dedos e se escreve rápida e urgente. Gosto de quem manda mensagem três da manhã porque lembrou de alguma coisa terna. Gosto de quem não sabe conter a paixão. Eu gosto assim." - Ryane Leão (Onde jazz meu coração)
Ultimamente descobri em meu baú a importância de tudo que não parece importante. Toda uma geração que se diz libertária e ainda se preocupa com quem mandará a mensagem de bom dia no dia seguinte, pois não quer ser o primeiro a dar a cara a tapa e "parecer desesperado". Desespero mesmo é ficar sufocando gestos e palavras que poderiam arrancar sorrisos despretensiosos às 15h de uma quarta-feira qualquer.
Aos poucos tenho tirado minhas armaduras e tido a coragem de assumir o desespero em aproveitar cada raro instante ao lado daqueles que transformam a minha vida. Quero ver o sorriso de vocês enquanto os meus olhos ainda estão arregalados e atentos às pequenas magias do dia-a-dia. Quero ser presença presente enquanto meu corpo ainda pode sentir o cheiro de chuva e o toque que arrepia. Quero poder acordar às 4h da manhã e mandar uma mensagem dizendo que sonhei com você. Só o que não quero é ter que afogar essa enxurrada de coisas que sinto porque um dia disseram que era prejudicial dizer bom dia no dia seguinte.
Nenhum comentário:
Postar um comentário