sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

24 de fevereiro de 2017

Um dia você estava lá, esbanjando um sorriso ainda tímido, mas cheio de intenções. A vida seguia em uma montanha russa que eu nem saberia explicar, mas você me pediu licença e sentou no meu carrinho de emoções.
Consigo me lembrar perfeitamente do momento em que decidi resolver as minhas pendências para mais uma vez mergulhar profundamente nesse desconhecido que me prometia tantas aventuras. Foi exatamente o dia em que ouvi, com os olhos repletos de água salgada, de que o mergulho seria solo. Esse momento também me mostrou que eu já estava em mar aberto e voltar para um lugar seguro seria um esforço diário contra a corrente.
Desde então eu remo contra a maré. Também remo contra a insegurança, contra os meus sentimentos, contra os meus olhos que reluzem, contra minhas mãos que querem te tocar a todo instante, contra os abraços que precisam ser reprimidos. Desde então eu remo contra toda a potência que sou e carrego em mim.
E então eu me lembro que não sou forte o suficiente para lutar contra a força desse oceano de possibilidades que ainda não são. Talvez o que me me sufoque ainda mais é que elas talvez nunca sejam. Naufraguei e continuo buscando a ilha que possa me abrigar, para que eu finalmente descanse em paz.
A potência disso tudo é grande demais e às vezes caio de joelhos, me arrasto por alguns dias, mas ao primeiro toque da sua pele na minha, é como se minhas forças se recobrassem. A palidez dá lugar às bochechas rubras e às gotas de suor no final da noite, depois de ter sentido todas as partes do seu corpo grudadas ao meu. É preciso apertar a garganta para não gritar aos quatro ventos que sou sua e te quero desde que abriu aquele sorriso tímido.
Sigo em busca da minha ilha segura e sinto que aos poucos estou chegando lá. Pode ser que nunca alcance, pode ser só uma grande miragem, pode ser que você seja meu convidado de honra... O "pode ser" é uma grande tentação para os corações que sofrem, oscilando na balança entre aquilo que é. Nessa gangorra entre a esperança e a realidade, sigo no fluxo da correnteza, dizendo a cada instante para mim mesma "aponta pra fé e rema".







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