sábado, 17 de maio de 2008

Conseqüências de uma prova de Sociologia

Essa sensação de medo é tão angustiante. Parece paradoxal dizer, mas esse medo do desconhecido já é conhecido. Inevitavelmente, a cada momento, nos confrontamos com as tais situações imprevistas e imprevisíveis. Nosso poder de prever o futuro é falho e meramente ilusório. Tudo segue uma rotina continuada. Mas o controle? O controle não é nosso. Quando dependemos só de nós mesmos a impressão que se tem é que ''sim, eu mando na minha vida''. A impressão... Talvez algo natural. Queremos determinar nossos caminhos. E temos esse direito. Mas a partir do momento em que dependemos de outras pessoas, sejam elas quem for, esqueça... sua vida está fora das suas mãos. A rédea soltou-se e a carruagem está sem freio.
É claro que nem tudo é obra do acaso. A teoria de causa e efeito se aplica diversas vezes. A nossa vida é feita de conseqüências. Inevitavelmente. Mas um dia você acorda e sem imaginar pode ter sua vida revirada. Um dia você dorme e pode não mais acordar para a vida. Num dia qualquer pessoas importantíssimas podem aparecer ou sumir. E o anel que era vidro pode quebrar-se. Depender é angustiante. Mas é impossível não fazê-lo. Às vezes há uma impressão de auto-suficiência. "Eu me basto". Não nos bastamos. Precisamos sempre de quem nos rodeia. E até mesmo de quem não o faz. A vítima que morre nesse momento do outro lado do mundo é parte integrante da sua vida. Você faz parte de um sistema, de uma cadeia. Está inserido. É ativo e passivo. É objeto e sujeito. O meio somos nós. Se percebemos isso? Na maior parte das vezes não. Nos cercamos. As vidas que importam são somente aquelas que esbarram na sua. Quando não vistas, quando não tocadas, temos a impressão de que nem existem. Mas existem. Existem e você faz parte delas. Na verdade não há muita escolha. A partir do momento em que um espermatozóide fecunda um óvulo e sua mãe descobre que a menstruação dela não veio este mês, você faz parte do mundo. Aqui fora, no seu primeiro círculo de relações, tudo está contribuindo para você. Inevitavelmente você será fruto deste meio. Inevitavelmente as primeiras palavras que aprenderá serão ditas por essas pessoas. Inevitavelmente a sua formação será feita por elas. E não há para onde correr. Você tem apenas 50 centímetros. Nasceu grandão, com 3 quilos e 400 gramas! E não tem consciência. Não aprendeu ainda a forma de dizer NÃO. O quero e não quero. O gosto e não gosto. Você até tenta. Chora. Mas você continua sendo moldado. Tanto é que quem está de fora arruma um jeitinho para que pare de chorar. E você pára. A chance é que somente quando maiorzinho, um mocinho, mude. Mas talvez até a sua escolha por mudança tenha sido meramente uma herança.
O que pode ser feito então? Retribua. Se você é fruto do meio, e o meio é composto por você, retribua. Faça valer a pena. Devolva positivamente o que lhe foi dado. Passe de objeto a sujeito. Demonstre sua capacidade de digerir o externo. Filtre! A sua arma é mútua. As ações entre você e o mundo podem ser recíprocas. Não disperdice a chance. Ela pode não lhe encontrar novamente.

Um comentário:

Jorge Teixeira disse...

HOuihuiahaiu
po Janis
não sei o que dizer do texto
na metade eu desconfiei que não fosse seu.
Dai eu olhei no final e tive certeza hoauhapuhaaua
tá bem diferente. ce arrumou um outro jeito de falar de livre arbítrio. afinal a gente pode mudar de sala de cinema, mas será que o gerente sabe que a gente ia mudar e sabe o final de todos os filmes ?
Agora a melhor parte foi o "Faça valer a pena"!
HPOuahoaiuhaoiuahiuhuau
Aueeeeeeeeeeei