sábado, 26 de abril de 2008

Um último suspiro

Fiquei pensando a respeito do que disse ontem. Sobre os tais avanços que não existem.
Na verdade sou um tanto quanto pessimista ainda a esse respeito. Entristeço ao estudar qualquer livro de História e me deparar sempre com as mesmas situações. Infelizmente ainda acredito que isso seja um movimento circular, e como tal, eterno. Os motivos mudam de acordo com os interesses da época, mas o que há em jogo são sempre interesses. Seja de rei, nobre, papa ou pobre. A escada de poder nunca muda. Os ricos lapidam cada vez mais suas ambições. Os pobres sentem cada vez mais o fio cortante dessa lapidação. Sempre me vejo perguntando: seria isso parte da essência do ser humano? Seria isso natural?
Mas não gosto de justificar as coisas dessa forma. Ao meu ver, melhor justificativa seria herança. E não genética como muitos dizem, mas sociais, passadas de pai para filho, de rei para príncipe, e assim sempre, completando mais uma volta no círculo.
Qual pessoa importante, detentora de poder e riquezas materiais, vai dizer a seu filho: não busque o que eu possuo; não queira o conforto, a riqueza, o bem-estar. As pessoas gostam de poder, e isso sim talvez se justifique por alguma herança genética. Freud já citava em seus estudos a tendência do ser humano à liderança, tanto por parte daqueles aptos a serem líderes, quando daqueles aptos a serem liderados. O fato é que o estado das coisas pouco muda devido a manutenção deste estado. É algo transimitido quase que para sempre, exceto pelo caso raro de um filho que renegue os conselhos do pai e descubra que viver bem não é viver feito ele.
Cito o pai porque é uma relação mais estreita. Antigamente havia uma transferência de poder. Na verdade ainda há, apenas não através de cerimônias realizadas por membros da Igreja, passando coroas por aqui e ali. Hoje eles passam de cara lavada o poder e não somente a representação deste. Vide Antônio Carlos Magalhães e Fernando Collor de Melo, entre tantos outros...
Mas enfim, sentindo-se o detentor do poder bem com aquilo que tem, está ai um grande motivo para não acreditarmos em contos de fadas e finais felizes. Para que o círculo se rompa e as algemas sejam abertas, não será a vontade destes que permitirá. Na verdade, pensar em uma solução para isso é sempre muito complexo, ao menos por minha parte. As questões envolvidas são inúmeras, o tempo de caverna é muito extenso e a luz do sol não é visível a todos. Ainda resta um fio de esperança. Após um tempo descobri que ele não morreu. Talvez as coisas aconteçam realmente quando devem acontecer. Um último suspiro.

Um comentário:

Jorge Teixeira disse...

Rogério Skylab diz:

Que blóg máaaaaassa véi!

beijos.