domingo, 16 de novembro de 2008

Devaneios desconexos às 3:45 AM

Já faz algum tempo que a minha visão sobre céu e inferno se modificou. Tudo aquilo que as igrejas teoricamente pregam dissipou-se e o que restou foi apenas o que o mundo de agora comporta. Não sei bem se o inferno são os outros, mas acredito que tanto ele quanto o céu são aqui, bem aqui. E mais incrível do que isso é a capacidade que a vida tem de ir do céu ao inferno em tão pouco tempo, com uma facilidade inacreditável. Em apenas alguns instantes o pacífico pode tornar-se caótico e o celeste, infernal. Não sei se depende apenas dos outros ou de nós mesmos também. Nosso controle sobre nossas atitudes pode ser o estopim para todo o resto. Talvez seja melhor colocarmos essa responsabilidade sobre ambos os ombros. Sabe aquele dia que tem tudo para dar certo e, no último instante, desaba? Acontece. Aliás, mais do que imaginam todos. Até nós mesmos... A pergunta que permanece é se desabou por falta de resistência de nossos próprios ombros ou porque realmente houve sobrepeso? O instinto grita sempre ao outro. Muito mais fácil deslocar a culpa, se é que ela existe, para o mundo do que para nós mesmos. Nossa força é quase sempre centrífuga quando o assunto diz respeito a problemas. Teimamos em querer jogá-los para fora de nossa órbita, espalhando-os e evitando até olharmos demais. Até porque esse sentimento de culpa também tem suas lendas. Existe ou não? Deveria existir ou não? O mundo está ai para ser vivido, mas não está à mercê de todos nós. É preciso correr atrás, quebrar a cara, ser feliz e triste, conhecer o doce e o amargo e entender que não é como queremos sempre que assim desejarmos. Afinal, nós sempre queremos e desejamos. Ter sucesso é uma meta hereditária. Crescemos com ela sem nem imaginarmos o contrário. Ninguém deseja frustrações ao outro, exceto nas relações não-amigáveis. Mas no final das contas é uma pena que não tenhamos a idéia de frustração bem próxima, como algo natural. Os monstros crescem muito quando não os conhecemos. E quem nunca sentirá a sensação de aperto no peito e aquilo que conhecemos como ''ih, deu merda!''?
Mas é melhor parar por aqui hoje. O cérebro já se retirou há tempos e as experiências com o fluxo têm limites. Aliás, algumas coisas têm limites. Mas deita aqui, ao lado, bem perto, me deseje boa noite e amanhã continuamos.

Um comentário:

Vitor Moraes disse...

ééééé, lembrei da nossa conversa!
=D