Pulsações. Li tal palavra enquanto buscava personagens para contar vidas. Delinear quem é, o que pensa, criar enredo, histórias e um desfecho que cause satisfação. Tudo isso perdeu o sentido ao me deparar com "pulsações". Um livro que nasce da necessidade de extravasar, para aguentar a carga da vida. É preciso criar maneiras de aliviar o peso antes de padecer. Escrever talvez seja uma delas. Exige menos do que ouvidos atentos, conselhos, divãs, milagres... Eu e a matéria-prima: palavras. Não pede que façam sentido à humanidade, mas são essenciais para a minha própria humanidade, aquela que vive em mim. Vive ou sobrevive. Depois de algum tempo passamos a não dar tanta importância às opiniões alheias por um motivo único: jamais agradaríamos todas. Mas aceito um desafio maior: agradar a minha própria opinião. Por mais simples que pareça, a mim beira a maior das dificuldades. Inconstante, inconsistente, incoerente. Sou feita e desfeita cem vezes em um segundo. Gostaria de perdurar, mas acho que perderia o fluxo. E perder o fluxo certamente seria morrer vendo a vida passar, eu parada, inerte, enquanto o mundo corre, voa, salta.
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