Olhou atentamente para o semáforo e por alguns instantes apenas existia a cor vermelha. Gritante, viva, contrastava com as nuvens cinzas ao fundo. As cores andavam meio apagadas desde aquele dia, e até o céu resolvera chorar incessantemente desde então. Ouvia vozes maldizendo o tempo ruim, que tornava as coisas mais difíceis, as roupas molhadas e o frio ainda maior. Mas era tão natural o derramar do céu. Se todos nós temos fraquezas e nos permitimos chorar, por que ele não? Era seu maior cúmplice naqueles dias que se arrastavam desastrados, levando mesmo que sem querer tantas coisas ao chão, até mesmo as lágrimas. Foi interrompida pelas buzinas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário