segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Desabamento sétimo

É um lugar estranho. Por mais que minha memória racional saiba e reconheça quem são todos eles, a memória afetiva encontra um pouco de dificuldade. Fica tentando encontrar formas de aquecer o coração e lembrar de cada um deles. Parecem fantasmas deslizando pela casa, desde os corredores e salas amplas até os cantos repletos de detalhes. Nenhum ambiente os enquadra e faz disso um quadro que mexa bem lá no fundo, como tenho a impressão que um dia fez. Mal se falam, pouco se olham, muito correm. E o problema (ou não) é que o desejo de correr permanece como algo que não é condenável, mas necessário. Como ter mergulhado no mar de lama e ter necessidade de sentir o ar entrando pelos pulmões. Desejo um lugar para voltar e me sentir sempre uma parte dele. Não uma parte que se perde, uma parte desnecessária, mas uma das peças que, JUNTO das outras, sejam sempre imprescindíveis para fazerem do todo aquilo que a gente costuma chamar de "lar doce lar".

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