sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Desabamento décimo

Sei que não tenho o direito de exigir nada além de tudo o que já possuo. Tenho certeza de que é muito mais do que pessoas um dia sonharão ter. Pessoas que passam a vida sonhando com aquilo que eu sequer me dou conta.
É impossível não sentir todo esse amor que existe e é real. Quase dá pra tocar... Mas tropeçando nos meus próprios passos, perco o equilíbrio e quase destruo nossa relíquia. Consigo me perder dentro de um mundo que é tão pequeno se comparado a tudo aquilo que existe: o meu. Vejo um turbilhão na minha vida com soluções mirabolantes, mas caio em mim e percebo que tudo acontece dentro da infinitude de um copo d'água. E então esse oco toma conta de mim e aperta ainda mais o peito. Lembro de você dormindo, tão sereno, como se estivéssemos eternamente protegidos dos perigos que assombram o lado de fora. Uma lágrima escorre sem saber se é de saudade ou pesar. Aperto o travesseiro e penso o quão cega alguém pode ser dentro do seu próprio copo com água. Medo dos perigos lá fora? Como, se quem mais colocou tudo em risco fui eu, que estive tão perto?
Ganhei palavras que jamais esperaria hoje, de gente que não passa a mão na cabeça, mas lembra que muita coisa acontece primeiro aqui. Vou procurar pela coragem que perdi em algum canto enquanto me arrastava pelas paredes. E depois tudo há de ficar leve, infinitamente leve, insustentavelmente leve...

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