Senti uma espécie de inveja da dor dela. Aquela que já foi motivo de algumas incertezas e certa antipatia, de uns tempos para cá, e cada vez mais, tem despertado uma boa dose de afeto. Talvez seja a cumplicidade, mesmo que tão timidamente guardada. Creio que você desconheça o fato de ambas entendermos a mesma situação, com a sutil diferença de perspectivas. Talvez você não soubesse e caiu de cabeça, abriu os braços e o coração todo. E agora sofre, infelizmente. Sinto, divida em duas. De um lado o amor que tem vontade de atracar em algum porto seguro e não sentir muito mais do que marolas aconchegantes; do outro, asas como a de um beija-flor, frenéticas, ansiosas para voar adiante e não permanecer mais do que o necessário para suprir suas necessidades, mesmo parecendo no fim das contas nada mais que vontades. Olhando atentamente, creio que posso dizer ter tido sorte. Nunca houve algemas e a intenção de não tê-las era muito clara. Talvez o mais próximo que pude chegar daquilo que muitos chamam de "amor livre". Embora não saiba com certeza se era amor. Provavelmente algo mais próximo de paixão e desejo. Tinha uma forma dócil, embora arisca, que encantava facilmente, numa fluidez quase imperceptível. E é provável que as encrencas onde seu coração se meteu tenham vindo justamente daí, do imperceptível.
Caríssima, manifesto aqui minha afetividade gratuita e minha admiração discreta. Boa sorte com os ferimentos que as unhas afiadas causaram. É a característica quase primordial dessa espécie. Felinos...
Caríssima, manifesto aqui minha afetividade gratuita e minha admiração discreta. Boa sorte com os ferimentos que as unhas afiadas causaram. É a característica quase primordial dessa espécie. Felinos...
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