quinta-feira, 26 de junho de 2008

Assim como ela estou (in)conscientemente buscando a ordem. Essa falta de lugar das coisas inevitavelmente me incomoda. Não sei ao certo se a palavra é exatamente essa. Talvez incomode por simplesmente ser estranho. Depois de tanto tempo não haver mais ordem. As coisas antigas já não têm mais lugar. Elas não cabem mais na vida que cabiam. Ao mesmo tempo em que as novas coisas têm sido doloridas. Era o risco a se correr, e disso havia total consciência. Só não havia consciência do que estava por vir. Veio e ponto. Turbilhão de novas sensações. Instaurou a ordem de desordem. O estado constante é este. E honestamente não gostaria de ter que compartilhar isso com as palavras em textos sem sentido, numa página sem sentido. Mas aquilo que eu disse que escapa... o que escapa é o que já não cabe mais em mim. Isso que sai de meus dedos agora é o excesso. Os sentimentos e sensações escorreram, não mais cabem somente aqui. Precisam de algum espaço, mesmo que pequeno, mesmo que invisível. Não existe para os outros. São para si próprios. Por enquanto. E que assim seja. Por enquanto. Ainda creio que não é justo jorrar o que se passa do lado de dentro. É preciso uma dose extra de auto-controle. Paciência... a dádiva aprendida e, espero, nunca mais esquecida. As tais lembranças eternas, não importa quanto tempo passe. E honestamente não me pergunte. Eu também pouco entendo de tudo isso. Somente cometi o ultraje de ceder àquilo que chegou, de maneira escancarada. Não tem fim, não tem começo. Apenas tem. Ou melhor, será que tem? Aqui do lado de dentro sim. Há muito. Muito de não sei o que, mas há. Há o misto de vazio e preenchimento. O aperto do estômago e as mãos trêmulas. Os olhos que brilham sem saber se é de alegria ou de lágrimas. A boca que sorri amiúde, ao mesmo tempo em que deseja e é consciente. Dotada dos últimos fios de razão que me restam. Eles se dissolveram, feito açúcar na água. Apenas não sei se era açúcar ou sal. Se o gosto é doce ou salgado, agradável ou amargo. Há medo, e esse é outro ponto chave. Os passos são mais vagarosos quando não temos certeza das coisas. E talvez melhor que seja mesmo assim. Não corremos o risco de perder os detalhes pelo caminho. Isso se, mesmo com medo, soubemos controlar o pânico. A vista deve estar límpida, os olhos devem estar atentos. Caso contrário, coisas importantes passarão despercebidas. Dias difíceis são assim... mais coisas cabem menos. "E livrai-nos do mal, amém".

Nenhum comentário: