Era um amor daqueles que não precisava ser provado todos os dias para que soubessem que ali estava. Era como algo muito precioso que guardamos no cofre para proteger de qualquer mal, mas que jamais era esquecido, mesmo estando longe dos olhos. Ficava perto de algo muito mais profundo a que chamamos de alma. Era ele lá em cima, expondo o que achava pertinente, enquanto a voz ecoava na alma dela sem que imaginassem quão arraigada ficaria. Cavou fundo, encontrou abrigo e alimento para que sobrevivesse por mais alguns milênios. De alguma forma sentia e sabia que aquele amor já era milenar. Não cabia no tempo presente, era grande demais. Ouvia as palavras ditas com toda a atenção que lhe era possível, ao mesmo tempo em que buscava decifrar as mensagens não ditas. Os olhos exclamavam milhares de coisas que nenhuma palavra era capaz de exprimir. Queriam comunicar algo que somente outros olhos atentos seriam capazes de compreender. Mas que ainda assim, não bastava apenas a atenção. O sentido pleno só seria entendido para duas vidas que um dia se entrelaçaram e nunca mais desfizeram seus nós. E depois de algum tempo guardado, era hora de reabrir o cofre. O momento de saber se apesar de muito tempo tudo se mantinha igual. Será que dessa vez seria assim? Aquele amor de ouro que não oxida continuaria intacto? E que frio na barriga! Hora de acordar todas as partes do corpo que eram tão sensíveis àquela voz e àqueles olhos. Segure o coração, antes que ele resolva sair pela boca. TUM TUM TUM TUM...
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